ENFERMAGEM, CIÊNCIAS E SAÚDE

Gerson de Souza Santos - Bacharel em Enfermagem, Especialista em Saúde da Família, Mestrado em Enfermagem, Doutorado em Ciências da Saúde - Universidade Federal de São Paulo. Atualmente professor do Curso de Medicina do Centro Universitário Ages - Irecê-Ba.

segunda-feira, 29 de março de 2010

INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA


OS RINS E SUAS FUNÇÕES

Possuímos dois rins que têm cor vermelho-escura, forma de grão de feijão e medem cerca de 12 cm em uma pessoa adulta. Localizam-se na parte posterior do abdome um de cada lado da coluna, onde estão protegidos pelas ultimas costelas.

A função dos rins é filtrar o sangue, dele removendo os resíduos tóxicos produzidos nos tecidos do corpo e também sais e outras substancias que estejam presentes em quantidades excessivas. O excesso de água no corpo e também de sais é eliminado pelos rins em forma de urina. Fica mantido assim, o balanço adequado de líquidos no organismo evitando-se o inchaço.

Os rins também produzem hormônios responsáveis pelo controle de pressão arterial e pela produção e liberação de glóbulos vermelhos pela medula óssea, o que evita a anemia.

O Sangue chega aos rins através das artérias renais que, no interior dos rins dividem-se em vasos cada vez menores até que formem enovelados de vasos muitos finos que constituem os glomérulos.

Em cada rim existem milhões de glomérulos que são os verdadeiros filtros do sangue. Quando o sangue passa através desses pequenos vasos o excesso de líquidos e sais é eliminado e inicia-se a formação de urina que, após atravessar vários tubos e sofrer varias transformações será eliminada para um tubo comum, o ureter e então para a bexiga e uretra.

Aproximadamente dois mil litros de sangue passam pelos rins todos os dias, sendo produzidos ao final 1,2 litros de urina por dia. Se os nossos rins tiverem sua função preservada, quanto mais liquido tomarmos, mais urina será produzida.

O fato de os rins falharem, ou seja, não funcionarem adequadamente é chamado pelos médicos de insuficiência renal, ela pode ser :

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA:

Quando há uma parada súbita e temporária das funções dos rins. As causas são variadas e na maioria das vezes saram completamente, por essa razão diz-se que é temporária. Há enfermidades que comprometem agudamente e em pouco tempo. Entre as causas mais freqüentes em nosso meio e que acometem os adultos são:

  • Pós-operatórios de cirurgia cardíaca, grandes cirurgias, partos e outras;
  • Grandes queimados;
  • Medicamentos;
  • Picada de cobras venenosas, abelhas.

A INSUFICIÊNCIA RENAL TERMINAL ( CRÔNICA ) E SUAS CAUSAS:

As doenças mais comuns que lesam as diferentes estruturas dos rins são as glomerulonefrite, o diabetes, a Hipertensão Arterial (pressão alta ) e as infeções urinárias repetidas, que ocorrem quando há dificuldades de escoamento da urina, presença de cálculos ou cistos Renais. Algumas doenças levam anos ou até mesmo décadas para que seu dano se torne aparente.

Quanto mais essas doenças progridem ou se agravam, maiores danos levam aos rins, perturbando suas funções, determinando então, a insuficiência renal.

O QUE SE PODE FAZER PARA EVITAR A INSUFICIÊNCIA RENAL

O melhor modo de se evitar ou retardar a progressão da insuficiência renal é controlar a doença de base, seguindo as recomendações de seu médico quanto ao uso adequado das medicações para o controle da glomerulonefrite ,do diabetes, da pressão alta e das infeções. As dietas e orientações alimentares que lhe forem recomendadas devem ser seguidas a rigor.

Não deixe também de comparecer a todas as consultas médicas programadas e realizar os exames solicitados e procure entender melhor a sua doença e o que se pode esperar do seu tratamento.

Saiba que, uma vez prejudicadas as funções básicas dos rins de filtrar o sangue, remover as substancias tóxicas, eliminar os excessos de líquidos e produzir hormônios, diferentes sintomas e varias alterações passam a ser observadas no organismo.

A INSUFICIÊNCIA RENAL, SEUS SINTOMAS E COMO LIDAR COM ELES

Uremia

A uréia é uma substancia que provém dos alimentos que contém proteínas como por exemplo os alimentos de origem animal (carne, ovos ), e que devem ser quase totalmente eliminada do organismo através da urina. Quando os rins estão com a sua função de filtração prejudicada, a uréia fica acumulada no sangue, provocando alterações em vários órgãos, estabelecendo a uremia.

COMO EVITAR A UREMIA?

Seu médico, juntamente com uma nutricionista pode orienta-lo quanto a melhor dieta que você deve seguir para que a produção de uréia diminua, mas lembre-se tudo depende do ritmo de progressão da insuficiência renal.

ALTERAÇÕES DIGESTIVAS

Náuseas e vômitos, ou mau hálito com discreto odor de urina é um dos primeiros sintomas da uremia. Outras alterações importantes são a gastrite, as úlceras e as hemorragias digestivas, que se manifestam por dor na região do estômago ou ainda vômitos ou fezes com sangue vivo ou escurecido.

COMO TRATAR AS ALTERAÇÕES DIGESTIVAS?

Comunique ao seu médico todas as alterações que está apresentando. O uso de medicações para controle de vômitos e das dores estomacais pode se fazer necessário, porém, deve ser recomendado apenas por um médico. O sangramento digestivo é motivo para que você procure assistência médica imediata.

ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES

A perda progressiva das funções Renais provoca Hipertensão Arterial ou seu agravamento. O aumento da pressão é percebido como dor de cabeça, dificuldade visual, cansaço, falta de ar e ainda aumenta o risco de infarto e acidentes vasculares.

COMO CONTROLAR AS ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES?

Mais uma vez seu médico deve estar informado sobre a presença desses sintomas. O uso regular dos anti-hipertensivo recomendados, bem com de medicações para combater anemia ou para controle das alterações cardíacas e, ainda o controle da ingestão de líquidos, reduz os sintomas decorrentes das alterações cardiovasculares.

ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS

O acúmulo de substancias tóxicas pode ser sentido como dores de cabeça, insônia ou sonolência excessiva, diminuição da sensibilidade, dores ou formigamento nas mãos e nos pés e cãibras.

COMO CONTROLAR AS ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS?

Esses sintomas ocorrem com a progressão da doença renal, portanto, todas as medidas citadas para o controle da progressão da doença farão com que as alterações neurológicas não aconteçam.

Lembre-se: que o uso de qualquer medicação, até mesmo para combater dor de cabeça, deve apenas ser feito com recomendação médica.

ALTERAÇÕES NA PELE

O prurido (sensação de coceira) é um sintoma bastante comum que se intensifica com a perda progressiva da função renal. Junto podem aparecer manchas arroxeadas e as feridas decorrentes do próprio ato de coçar a pele. Pode ser observada também uma progressiva mudança da coloração normal da pele que se torna cor de palha, em decorrência do acumulo de toxinas associado à anemia que comumente está presente

O QUE FAZER?

Mantenha sua pele limpa e hidratada e as unhas cortadas e limpas. Evite coçar a pele. Informe seu médico se acontecer piora da coceira ou se ela está insuportável, pois o ato de coçar pode ser a porta de entrada para germes que causarão infeções.

ALTERAÇÕES ÓSSEAS

Os rins tem um papel fundamental no metabolismo dos ossos, pois ativam a vitamina D que é a responsável pela absorção do cálcio presente nos alimentos que comemos e que deve ser incorporado aos ossos para mantê-los íntegros e fortes.

Os rins são também responsáveis pela eliminação do excesso de fósforo. O ideal é o equilíbrio das quantidades de cálcio e fósforo no sangue. Porém, com a perda da função renal, a absorção do cálcio nos intestinos é reduzida, diminuindo seu teor no sangue. Ocorre também menor eliminação de fósforo, o que faz com que esse elemento aumente no sangue, havendo um desequilíbrio que resulta na fraqueza dos ossos, manifestada por dores e fraturas.

COMO CUIDAR DE SEUS OSSOS?

Siga rigorosamente a dieta e o uso das medicações recomendadas para controle de problemas ósseos, como as medicações à base de cálcio.

ALTERAÇÕES SANGUÍNEAS

COMO A PERDA DAS FUNÇÕES RENAIS PROVOCA ANEMIA?

Os rins produzem um hormônio, a eritropoetina, que estimula a produção e o amadurecimento das células vermelhas do nosso sangue, chamadas hemácias e a incorporação do ferro dentro das hemácias.

A anemia é conseqüência da falta do estimulo para a produção das hemácias, isto é da falta da eritropoetina. Se há menor número de hemácias ou se elas contém menos ferro que o necessário, fica comprometida a principal função dessas células, o transporte de oxigênio que respiramos para as células de todo corpo e ainda o transporte de volta de gás carbônico que é produzido pelas células e que deve ser expelido para fora do corpo, através do ar que sai pelos pulmões.

A menor ingestão de ferro em razão das dietas restritas em carnes e verduras, e ainda os sangramentos digestivos e a menor absorção de ferro pela própria condição de uremia faz com que a anemia se acentue.

QUAIS OS SINTOMAS DA ANEMIA?

A fraqueza, o cansaço, as palpitações e a dor no peito podem acontecer principalmente, nas situações em que se exige mais do organismo, como por exemplo durante os esforços físicos (caminhada, relação sexual, etc. ), mas dependem da intensidade da anemia.

OUTRAS ALTERAÇÕES IMPORTANTES?

A diminuição da atividade sexual pode ocorrer em razão das alterações hormonais que acompanham a falência renal. É importante que você compreenda que isso faz parte da própria doença e o diálogo com o(a) parceiro(a) traz soluções, alternativas e melhor compreensão de seus problemas.

Lembre-se! Jamais use remédios , chás ou fórmulas para melhorar seu desempenho sexual. Eles, além de não proporcionarem o efeito desejado, podem trazer conseqüências graves para sua saúde.

Uma alteração que também acontece é a da coagulação. Isto significa que são mais comuns os hematomas (manchas roxas) em conseqüência de traumas e sangramentos mais importantes quando há ferimentos ou cortes. Portanto tome cuidado especial, evitando assim, se expor a situações de perigo. É natural a diminuição progressiva da quantidade de urina eliminada por dia, o que se deve pela redução da capacidade de filtração dos rins. A conseqüência imediata é que todo o liquido tomado seja em forma de água, refrigerantes, sucos, sopas ou ainda provenientes de frutas, converta-se em liquido acumulado nos tecidos ou seja, em inchaço (edema), ao invés de converter-se em urina. Portanto, você deve obedecer aos limites de ingestão diária de líquidos recomendados pelo seu médico para que os inchaços não apareçam.

NÃO ESQUEÇA!

Entender sua doença e as suas conseqüências, fará com que você tenha um maior controle sobre suas queixas e maior facilidade de seguir o tratamento.

OPÇÕES DE TRATAMENTO:

HEMODIÁLISE

A hemodiálise é um procedimento que filtra o sangue. Através da hemodiálise são retiradas do sangue substâncias que quando em excesso trazem prejuízos ao corpo, como a uréia, potássio, sódio e água.

COMO FUNCIONA A HEMODIÁLISE?

A hemodiálise é feita com a ajuda de um dialisador (capilar ou filtro). O dialisador é formado por um conjunto de pequenos tubos. Durante a diálise, parte do sangue é retirado, passa através da linha arterial do dialisador onde o sangue é filtrado e retorna ao paciente pela linha venosa.

Atualmente, tem havido um grande progresso em relação à segurança e a eficácia das máquinas de diálise, tornando o tratamento bastante seguro. Existem alarmes que indicam qualquer alteração que ocorra no sistema (detectores de bolhas, alteração de temperatura e do fluxo do sangue, etc.)

Lembre-se: a máquina de diálise é sua aliada. Pergunte ao seu médico ou auxiliares como funciona a máquina onde você dialisa pois quanto maior for o seu conhecimento, maior será sua confiança e melhores os resultados do tratamento.

EM QUANTO TEMPO ACONTECE A HEMODIÁLISE?

Em geral, a hemodiálise é feita três vezes por semana, com duração de quatro horas. Pode existir variações neste tempo de acordo com o tamanho e a idade do paciente. Crianças e adultos de grande porte podem necessitar de um tempo maior.

Aproveite o tempo da sessão de diálise para ler escrever conversar; assistir televisão ou simplesmente dormir um pouquinho.

ALGUNS PROBLEMAS QUE PODEM SURGIR DURANTE A HEMODIÁLISE

É bastante comum sentir cãibras musculares e queda rápida da pressão arterial (hipotensão) durante a sessão de hemodiálise. Estes problemas acontecem, principalmente, em conseqüência das mudanças rápidas no equilíbrio dos líquidos e do sódio. A hipotensão pode fazer com que você sinta fraqueza, tonturas, enjôos ou mesmo vômitos. O início do tratamento dialítico pode ser um pouco mais difícil pois, nesta fase, o corpo está adaptando-se a uma nova forma de tratamento. Você poderá evitar muitas complicações se seguir a dieta recomendada, tomar poucos líquidos e tomar seus remédios nos horários corretos.

Durante a sessão de hemodiálise, o médico ou auxiliares devem ser comunicados caso você não esteja se sentindo bem, para que receba o tratamento necessário rapidamente.

O QUANTO DE DIÁLISE É SUFICIENTE ?

Atualmente, podemos medir a quantidade de diálise e podemos mudar essa quantidade aumentando ou diminuindo o tempo de diálise, o número de sessões semanais, o fluxo do sangue ou o tamanho do dialisador.

Seu médico é quem determina a quantidade de hemodiálise que você precisa, de acordo com o estado de atividade de seu corpo, da sua alimentação e ingestão de líquidos. O objetivo do tratamento é que você esteja sempre se sentindo bem, bem nutrido, livre de inchaços, com a pressão controlada e com os exames de sangue mostrando quantidades aceitáveis de potássio, uréia, etc.

Lembre-se: o uso correto das medicações e dietas recomendadas, ajudam muito no tratamento de hemodiálise.

O QUE É PESO SECO?

Você já deve ter ouvido falar e pode ter sentido os prejuízos de chegar para a sessão de hemodiálise com um peso muito acima de seu peso seco. Mas afinal o que determina o seu peso seco?

O peso seco é o seu peso ideal, com o qual você deve estar sentindo-se bem, sem inchaços, com pressão arterial normal, com exames de avaliação do pulmão e do coração normais. Este peso deve ser atingido ao término de cada sessão de hemodiálise. Quando se ingere muita água ou outros líquidos entre as sessões de hemodiálise, o seu peso pode ficar muito acima do peso seco e, além do inchaço, você pode sofrer intensa falta de ar; antes de chegar o momento de uma nova diálise. Para perder todo o excesso de peso durante a próxima sessão, você estará sujeito a cãibras, queda acentuada da pressão arterial, náuseas, vômitos e mal-estar: Pergunte ao seu médico qual é o peso ideal para você e quantos quilos é permitido ganhar entre cada sessão de hemodiálise.

Você se sentirá bem melhor se seguir à risca as determinações de seu médico quanto ao seu peso ideal.

MEDICAMENTOS E SEU USO NA HEMODIÁLISE

Os pacientes em hemodiálise, muitas vezes, necessitam de medicamentos que requerem cuidados especiais em sua administração.

Os medicamentos para o controle da pressão arterial, chamados anti-hipertensivo, são freqüentemente utilizados e devem ser tomados diariamente, por pacientes com pressão elevada. Porém, alguns pacientes apresentam freqüentemente queda da pressão arterial (hipotensão) durante a hemodiálise, e podem ser dispensados do uso do anti-hipertensivo no dia da sessão de hemodiálise.

Pergunte ao seu médico se você deve ou não tomar o anti-hipertensivo antes da sessão de diálise e siga rigorosamente as orientações recebidas.

Os rins produzem também vários hormônios, incluindo aqueles que:

  • ajudam a regular a pressão arterial (renina),
  • estimulam a produção de glóbulos vermelhos (eritropoetina),
  • controlam o metabolismo ósseo (calcitriol).

A diálise isoladamente não oferece a reposição destes hormônios, motivo pelo qual os pacientes freqüentemente precisam tom injeção com eritropoetina (EPREXâ ou HEMAX®) e comprimidos ou injeções com calcitriol (ROCALTROL®).

O transplante renal, se tiver sucesso restabelece estas funções para seu organismo que daí em diante não precisará mais de diálise, nem de eritropoetina, nem de calcitriol.

Os medicamentos necessários para evitar ou tratar a anemia e que podem ser usados durante ou logo após a sessão de hemodiálise são a eritropoetina e o ferro endovenoso. O ferro endovenoso pode ser usado um pouco antes do término da sessão de hemodiálise, mas a eritropoetina é, em geral, administrada logo após.

Caso seja recomendado o uso destes medicamentos, não tenha pressa para ir embora, espere que os medicamentos sejam administrados.

O QUE É A FÍSTULA ARTÉRIO-VENOSA ?

Um fácil acesso à sua corrente sanguínea é essencial para que o sangue possa circular até o dialisador e para que retorne ao corpo.

A fístula artério-venosa usada para a diálise é uma ligação entre uma artéria e uma veia, feita através de uma pequena cirurgia. A alteração no fluxo do sangue deixa a veia mais larga e com as paredes mais fortes e resistentes, permitindo então um fluxo de sangue rápido e a realização de várias punções, sem que a veia "estoure". Para que a veia da fístula esteja em boas condições de punção, ou como dizemos, para que a fístula amadureça, são necessárias algumas semanas. Por isso, mais recomendado é que se faça esta pequena cirurgia alguns meses antes de se iniciar a hemodiálise, assim quando for necessário, a fístula estará pronta para ser puncionada.

Mantenha o braço da fístula bem limpo, lavando sempre com água e sabonete.

Isto evita infeções que podem inutilizar a fístula. Qualquer sinal de inchaço e/ou vermelhidão deve ser comunicado imediatamente ao médico ou às enfermeiras.

Faça exercícios com a mão e o braço onde está localizada a fístula, isto faz com que os músculos do braço ajudem no amadurecimento da fístula.

Evite carregar pesos ou dormir sobre o braço onde está a fístula, pois a pressão sobre ela pode interromper seu fluxo.

Não permita as verificações de pressão no braço onde esta localizada a fístula, pois o fluxo de sangue pode ser interrompido.

Não permita a retirada de sangue ou o uso de medicamentos nas veias do braço da fístula, a não ser que seu médico ou auxiliares autorizem. As retiradas de sangue podem criar coágulos no interior do vaso de sangue e interromper seu fluxo e os medicamentos podem irritar as paredes das veias.

Caso aconteçam hematomas (manchas roxas) após uma punção, use compressas de gelo, no dia e água quente nos dias seguintes, conforme a recomendação médica ou da enfermagem.

É sempre bom evitar as punções repetidas em um mesmo local da fístula, para que não se formem cicatrizes que dificultam as próximas punções.

ALGUMAS DICAS PARA SE TER UMA BOA FÍSTULA:

Você pode ajudar as enfermeiras e auxiliares a escolher o local menos doloroso, menos utilizado e frágil para a punção no início da hemodiálise.

Tenha o hábito de palpar seu pulso na região da fístula para sentir o fluxo de sangue passando. Caso perceba que o fluxo está muito fraco, diferente do costumeiro ou que parou completamente, procure auxílio médico imediatamente pois este é um sinal de mal funcionamento ou perda da fístula.

Uma fistula bem cuidada pode durar anos.

QUANDO A FÍSTULA NÃO É POSSÍVEL

O braço é o local mais comum para a confecção da fístula. Quando este local não pode ser usado, as veias da virilha ou da perna podem ser uma alternativa.

O catéter de duplo lúmen permite a retirada e a devolução do sangue, sendo utilizado quando há necessidade de se iniciar o tratamento de hemodiálise mas não houve tempo para a realização da fístula, se ela não amadureceu o suficiente ou ainda se existe algum problema com a fístula.

PRÓS E CONTRAS O TRATAMENTO HEMODIÁLISE

Hemodiálise no Centro

Prós

  • Você tem profissionais treinados a todo momento com você.
  • Você pode conhecer outros pacientes.

Contras

  • Os tratamentos são agendados pelo centro.
  • Você deve ir até o centro para o tratamento.

Hemodiálise em Casa

Prós

  • Você pode fazer na hora que você quiser. (Mas você tem que fazer tão freqüentemente quanto seu médico ordenou.)
  • Você não tem que se deslocar até ao centro.
  • Você ganha uma sensação de independência e controle de seu tratamento.

Contras

  • Pode ser estressante para a sua família participar do tratamento.
  • Você precisa de treinamento.
  • Você precisa de espaço para instalar a máquina e armazenar materiais em casa.

Questões que Você Pode Colocar ao Seu Médico:

  • Hemodiálise é a melhor escolha de tratamento para mim? Por que sim ou por que não?
  • Se eu sou tratado em um centro, eu posso ir para o centro de minha escolha?
  • O que sentimos quando fazenos hemodiálise? Dói?
  • O que é auto-tratamento em diálise?
  • Quanto tempo leva para aprender hemodiálise em casa? Quem treinará meu acompanhante?
  • Que tipo de acesso vascular é melhor para mim?
  • Como um paciente de hemodiálise, eu poderei continuar trabalhando? Eu posso ter tratamentos à noite se eu planejo continuar trabalhando?
  • Quanto posso me exercitar?
  • Quem cuidará de mim no centro? Como eles podem me ajudar?
  • Com quem posso falar sobre sexualidade, problemas familiares, ou problemas financeiros?
  • Como/onde posso falar com outras pessoas que enfrentaram esta decisão?

DIÁLISE PERITONEAL

FINALIDADE

A diálise peritoneal é outro tipo de tratamento que substitui as funções dos rins. O objetivo é o mesmo da hemodiálise, tirar o excesso de água e as substâncias que não são mais aproveitadas pelo corpo e que deveriam ser eliminadas através da urina. Este tipo de diálise aproveita o revestimento interior do abdômen, chamado membrana peritoneal, para filtrar o sangue.

COMO FUNCIONA A DIÁLISE PERITONEAL

A membrana peritoneal tem muitos vasos sanguíneos. O sangue que circula na membrana peritoneal, assim como o sangue de todo o corpo, está com excesso de potássio, uréia e outras substâncias que devem ser eliminadas. Na diálise peritoneal, um liquido especial, chamado solução para diálise, entra no abdômen por meio de um tubo mole (catéter). As substâncias tóxicas passarão, aos poucos, através das paredes dos vasos sanguíneos da membrana peritoneal para a solução de diálise. Depois de algumas horas, a solução é drenada do abdômen e a seguir volta-se a encher o abdômen com uma nova solução de diálise para que o processo de purificação seja repetido. Alguns dias antes da primeira diálise, o catéter que permite a entrada e a salda da solução de diálise da cavidade abdominal é colocado através de uma pequena cirurgia feita por um cirurgião. O catéter fica instalado permanentemente.

Tipos de Diálise Peritoneal

Existem três tipos de diálise peritoneal sobre as quais vamos comentar:

DIÁLISE PREITONIAL AMBULATORIAL CONTINUA ( CAPD ):

A Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua é também conhecida como CAPD ou DPAC é a forma mais comum de diálise peritoneal e especialmente indicada para pacientes idosos, crianças ou aqueles para os quais a hemodiálise não é conveniente ou possível. Este tipo de diálise, não precisa de máquina. Geralmente, é realizada em casa, em um local limpo e bem iluminado.
O próprio paciente pode fazer a infusão e a retirada (drenagem) da solução de diálise no abdômen ou pode ser auxiliado por uma outra pessoa especialmente treinada para fazer estas trocas de bolsas de solução. O sangue durante a CAPD esta sendo depurado o tempo todo.

A solução de diálise vai de uma bolsa de plástico através do catéter até a cavidade abdominal e ali permanece por várias horas. A solução é então drenada e uma nova solução volta a encher o abdômen, recomeçando o processo de depuração.

Lembre-se:
um fator muito importante para o bom resultado desta diálise é o treinamento do paciente ou responsável pela diálise, pois cada momento de troca entre as bolsas de solução de diálise deve ser cuidadosamente executado para que se evitem as infeções.

Quanto tempo é necessário para se fazer a Diálise Peritoneal?

No caso da CAPD, a solução de diálise fica no abdômen durante 4 horas. O processo de drenar o dialisado e substitui-lo por uma solução nova leva de 30 a 40 minutos. A maioria das pessoas troca a solução quatro vezes por dia.

QUAIS AS COMPLICAÇÕES DA DIÁLISE PERITONEAL?

A infeção do peritônio ou peritonite é a principal complicação da diálise peritoneal . Muitas vezes o início da infeção acontece no orifício pelo qual o catéter sai do corpo. Esta infeção se não for tratada rápida e corretamente pode espalhar-se e infectar o peritônio determinando a peritonite.

A peritonite também poderá se desenvolver se houver dificuldades em conectar ou desconectar o catéter das bolsas.

Um dos primeiros sinais de peritonite é a mudança da cor e aspecto do liquido drenado que deve ser claro e fluido , com a peritonite torna-se turvo e espesso. A peritonite poderá também se manifestar por febre, dor no abdômen, mal-estar, enjôos, vômitos e diminuição do apetite.

DICAS PARA EVITAR A PERITONITE:

Siga o procedimento com o máximo de rigor vigie o aparecimento de vermelhidão ou inchaço ao redor do catéter. Observe atentamente o aspecto da solução de diálise drenada.

Saiba reconhecer os primeiros sinais da peritonite.

Lembre-se: ao menor sinal indicativo de peritonite, procure atendimento médico. Não tente fazer o tratamento sozinho pois a infeção pode levar você a uma situação mais grave rapidamente.

Outra complicação comum na diálise peritoneal é a dificuldade para infundir ou drenar o liquido no abdômen, que pode acontecer por entupimento do catéter. Nesta situação, não tente medidas milagrosas para desentupir o catéter, procure o centro de diálise onde você faz acompanhamento para que as medidas necessárias sejam tomadas.

Lembre-se: não deixe de fazer as trocas de bolsas de diálise ou de comparecer ao tratamento de diálise no hospital. Em cada dia, substâncias tóxicas estão sendo acumuladas em seu corpo e devem ser regularmente eliminadas para que você viva bem.

DIÁLISE PERITONEAL CÍCLICA CONTINUA

A Diálise Peritoneal Cíclica Contínua ou CCPD é parecida com a CAPD, porém nesta deve-se conectar o catéter a uma máquina que enche o abdômen e drena a solução de diálise automaticamente.

Este método é geralmente realizado durante a noite, enquanto o paciente dorme, permitindo maior liberdade ao paciente durante o dia.

É um método ainda pouco utilizado no Brasil, pois a máquina deve ser comprada ou alugada pelo paciente para ser usada em casa, o que aumenta muito o custo do tratamento.

DIÁLISE PERITONEAL INTERMITENTE

Também conhecida como DPI, pode empregar o mesmo tipo de máquina usado na CAPD para a infusão e drenagem da solução de diálise.

Normalmente a DPI é feita em hospital, sendo este método uma opção de tratamento para pacientes que não podem realizar outras formas de diálise.

ACOMPANHAMENTO MÉDICO

Todas as formas de diálise necessitam de acompanhamento médico rigoroso.

Apesar de na CAPD o paciente ter mais liberdade, isto não significa que esteja dispensado da avaliação médica periódica e da realização de exames laboratoriais.

Os exames laboratoriais são feitos mensalmente para verificar a quantidade de uréia, potássio, cálcio, fósforo, glicose (açúcar) e ainda para verificar a presença e o grau de anemia, a possibilidade de infeções por bactérias ou vírus, entre outros. Estes exames, feitos em períodos regulares, juntamente com a avaliação do médico, vão mostrar com exatidão o seu estado de saúde e a sua adaptação ao tratamento.

A realização dos exames é importante na avaliação do seu tratamento. Portanto, não deixe de realizar seus exames periódicos.

Os Prós e Contras

Há os prós e contras para cada tipo de diálise peritoneal.

CAPD

Prós

  • Você pode executar o tratamento sozinho.
  • Você pode fazer isso na hora que você escolher.
  • Você pode fazer isto em vários locais.
  • Você não precisa de uma máquina.

Contras

  • Quebra a sua rotina diária.

CCPD

Prós

  • Você pode fazer à noite, geralmente enquanto dorme.

Contras

  • Você precisa de uma máquina e ajuda de uma pessoa.

DPI

Prós

  • O pessoal de enfermagem normalmente executa o tratamento.

Contras

  • Você precisa ir ao hospital.
  • Leva muito tempo.
  • Você precisa de uma máquina.

Questões que Você Pode Colocar ao Seu Médico:

  • A diálise peritoneal é a melhor escolha de tratamento para mim? Por que sim ou por que não? Qual o tipo?
  • Quanto tempo levará para aprender a diálise peritoneal?
  • O que se sente na diálise peritoneal? Dói?
  • Como diálise peritoneal afetará minha pressão arterial?
  • Como eu sei se estou com peritonite? Como a peritonite é tratada?
  • Como um paciente em diálise peritoneal, poderei continuar trabalhando?
  • Quanto eu posso me exercitar?
  • Quem estará na equipe que irá cuidar de mim? Como eles podem me ajudar?
  • Com quem posso falar eu sobre sexualidade, finanças, ou preocupações familiares?
  • Como/onde posso falar com pessoas que enfrentaram esta decisão?

A DIÁLISE É A CURA DEFINITIVA PARA A INSUFICIÊNCIA RENAL?

A hemodiálise e a diálise peritoneal são tratamentos que substituem a função dos rins mas não são a cura da insuficiência renal.

As máquinas cada vez mais modernas e seguras, o maior conhecimento dos médicos e seus auxiliares e a possibilidade de uso de medicações que tratam a anemia e a doença nos ossos, por exemplo, permitem que você viva mais tempo e se sinta melhor.

QUE ATIVIDADES PODEM SER FEITAS?

Uma pessoa em tratamento dialítico, seja hemodiálise ou diálise peritoneal, deve ser capaz de fazer várias coisas da mesma forma que fazia antes de adoecer. Porém, com a idade e outras condições clinicas, as atividades físicas que exigem maiores esforços terão de ser limitadas.

Ficar prostrado, sentir-se desgostoso, em nada ajudará no seu tratamento. Nestes momentos, é importante compartilhar com pessoas da família e amigos, seus sentimentos e dúvidas. Novos amigos podem ser encontrados, no Brasil, existem muitas Associações de Pacientes Renais Crônicos que têm por objetivo ajudar estes pacientes a entender sua doença, melhorar a qualidade do tratamento oferecido e também compartilhar momentos de lazer.

Lembre-se: compartilhar é importante. Pergunte aos seus colegas de diálise se participam de alguma associação e junte-se a eles, ou pergunte à equipe de enfermagem o endereço de Associações de confiança.

NUTRIÇÃO PARA PACIENTES EM DIÁLISE

Pessoas bem nutridas resistem mais às infeções, às cirurgias e ao próprio tratamento dialítico. Portanto, você que faz diálise, seja ela peritoneal ou hemodiálise, deve cuidar da sua alimentação e do seu estado nutricional, pois esta é uma tarefa tão importante quanto tomar os medicamentos na hora certa e comparecer às consultas e sessões de diálise.

Um bom estado nutricional significa estar com o peso ideal para a sua idade e altura, ter bons músculos, dentes em bom estado de conservação ou próteses (dentaduras) adequadas, capazes de realizar uma boa mastigação. Também significa cuidar bem da pele e dos cabelos. Tudo isso está relacionado com uma boa alimentação, ou seja, comer os alimentos certos, nas quantidades certas e com intervalos de tempo regulares.

O (a) nutricionista é o profissional que pode lhe acompanhar, dando orientações apropriadas, pois cada pessoa tem sua própria necessidade de alimentos e complementos alimentares ou um peso ideal a ser atingido.

Neste site, trazemos algumas explicações e dicas sobre as substâncias contidas nos alimentos, quais alimentos são normalmente recomendados ou devem ser evitados.

Atenção: Não faça restrições em sua dieta, sem antes procurar o seu médico ou nutricionista para uma avaliação.

SÓDIO E A ÁGUA

Na insuficiência renal, situação na qual os rins estão com perda parcial ou total de suas funções, não é possível eliminar o excesso de sódio do organismo e manter o equilíbrio apropriado entre a quantidade de sódio e água no corpo.

Isto faz com que a água, que deveria ser eliminada na forma de urina, fique retida no corpo, manifestando-se como inchaço (edema) nos pés, pernas, abdômen, ou na face. Em situações ainda mais graves, pela retenção de sódio e água no corpo, pode acontecer aumento do peso, piora da pressão arterial (hipertensão arterial), das funções do coração (insuficiência cardíaca) e dos pulmões (edema pulmonar). Essas situações podem ser sentidas como falta de ar cada vez mais intenso, cansaço, tosse com expectoração cor de rosa ou com sangue. São situações que exigem atendimento médico imediato, pois trazem risco à vida. Assim, se estiver apresentando esses sintomas, não perca tempo, procure seu médico.

QUE É SÓDIO, O QUE É SAL?

O sódio está presente em muitos alimentos, sendo o sal de cozinha sua principal fonte. Muitas vezes as palavras "sal" e "sódio" são usadas como se fossem a mesma coisa, mas, na verdade, o sal da dieta (sal de cozinha) é uma mistura de 60% de cloreto e 40% de sódio (duas substâncias químicas que juntas formam o sal).

ONDE ESTÁ O SÓDIO E QUAIS ALIMENTOS DEVEM SER EVITADOS?

Alguns alimentos, como os vegetais, o leite e as carnes têm sódio naturalmente. Em outros, o sódio é acrescentado em forma de sal, como veremos na lista a seguir. Os alimentos que são enriquecidos com sal e que, portanto, são ricos em sódio, devem ser comidos com moderação ou evitados para que se tenha bom controle do sódio no corpo e se evite as situações descritas anteriormente.

ALIMENTOS RICOS EM SÓDIO:

Embutidos em geral ou carnes processadas:

presunto, apresuntado, bacon, mortadela, linguiça, salsicha, salame, carne de sol, chouriço; alguns queijos como os queijos curados; peixes processados e salgados; sardinha, salmão, bacalhau, atum, aliche; temperos industrializados, sopas desidratadas ou enlatadas, caldos ou extratos de carne ou galinha, molho de soja (shoyu), molho tártaro, sal marinho, maionese, catchup, mostarda; enlatados em geral: palmito, ervilha, milho, azeitonas, salgadinhos industrializados (aperitivos, amendoins e outros) e salgadinhos de lanchonete (coxinha), quibe, esfirra, etc); margarina ou manteiga com sal .

LEMBRE-SE QUE VOCÊ PODE DIMINUIR O CONTEÚDO DE SÓDIO SE SEGUIR ESTAS DICAS:

Diminua a quantidade de sal e temperos de suas receitas. Para não sentir muita diferença no novo tempero, vá reduzindo aos poucos a quantidade de sal.

Evite ao máximo comer os alimentos ricos em sódio que você conheceu na lista acima.

Use suco de limão, vinagre ou vinho para realçar o tempero dos alimentos,e se você tiver sobre a mesa das refeições pedaços de limão e no saleiro uma mistura de ervas ou especiarias, ao invés de sal, ficará mais fácil lembrar-se de reduzir o sal das refeições.

Atenção: Existem nos mercados substitutos do sal (por exemplo: diet sal, sal light), porém CUIDADO! CONSULTE SEU MÉDICO OU SEU NUTRICIONISTA ANTES DE UTILIZÁ-LOS, pois alguns destes substitutos são ricos em potássio e nem sempre seu uso está indicado.

Temperos e especiarias podem realçar os sabores de alimentos como pães e tortas, arroz, feijão, saladas, aves, peixes, carnes e molhos. Para variar o seu tempero e não sentir tanto a falta do sal, você pode usar alho, cebola, salsinha, açafrão, pimenta, cominho, manjericão, louro, alecrim, sálvia, orégano, louro, gergelim, cravo da índia, cebolinha, estragão, noz moscada, manjerona, suco de limão, páprica, colorau, pimentão, tomilho, vinho ou vinagre.

A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA

A água é indispensável à vida e está presente em 60% do nosso corpo. Está presente também nas frutas e sucos, em maior ou menor quantidade. Uma vez que seus rins não estão mais eliminando o excesso de água, é importante que você limite bastante à ingestão de todos os alimentos que contêm água, como por exemplo: leite, chá, café, sopas, pudim, sucos, refrigerantes, sorvetes, frutas aguadas (como melão, abacaxi, melancia e outros) e verduras ou legumes (como por exemplo o tomate e o pepino).

Obedeça com rigor às restrições do volume de água e outros líquidos que lhe forem recomendados por seu médico ou nutricionista. Você só tem a ganhar seguindo corretamente estas orientações!

POTÁSSIO

O potássio é um elemento fundamental para o funcionamento dos músculos de todo o nosso corpo, inclusive os músculos do coração. É essencial também para o bom funcionamento das células nervosas. Os rins são os órgãos que eliminam o excesso deste elemento. Assim, na insuficiência renal, o excesso de potássio não pode ser eliminado e pode trazer complicações multo sérias na atividade muscular, como fraqueza ou cãibras e principalmente para o coração, que pode ter suas contrações enfraquecidas ou até totalmente paralisadas (parada cardíaca). Sendo assim, a restrição da ingestão de alimentos ricos em potássio é muito importante e você devem conhecer quais são esses alimentos e como reduzir a quantidade de potássio da sua dieta.

ALGUNS EXEMPLOS DE ALIMENTOS RICOS EM POTÁSSIO SÃO:

Banana, mamão, damasco, pêra cristalizada e pêssego fresco, bem como seus sucos.

Hortaliças, principalmente as consumidas cruas, como por exemplo: tomate, abóbora, acelga, aipo, beterraba, chuchu, escarola, broto de bambu e rabanete.

Outros alimentos como carne, batata, feijão, soja, grão de bico, lentilha, chocolate, doce de leite, cereais integrais, amêndoa, avelã, nozes, amendoim, caldos de carne, de galinha ou de legumes, temperos concentrados para feijão, azeitona, frutas secas, café solúvel, rapadura, massa e molho de tomate ou catchup.

VEJA AGORA ALGUMAS MEDIDAS E DICAS PARA REDUZIR A QUANTIDADE DE POTÁSSIO DOS ALIMENTOS:

Qualquer hortaliça e também as frutas, mas principalmente a batata, o feijão, a abóbora, a cenoura e a batata doce podem ser preparadas da seguinte forma:

Para o feijão, a lentilha, o grão de bico e a soja, você pode fazer uma primeira fervura em bastante água e, antes que esteja totalmente cozido, desprezar a primeira água da fervura, terminando o cozimento em uma nova água. Com a primeira água de cozimento desprezada boa parte do potássio será eliminada. e os vegetais podem ser descascados e cortados em fatias finas; a seguir, deixados de molho por duas horas em uma panela cheia de água.

É importante que depois do repouso na água, sejam escorridos, enxaguados e escorridos novamente. Os vegetais devem ser então cozidos e a água do primeiro cozimento deve ser desprezada assim como foi feito com o feijão. Os vegetais podem então ser usados fritos, amassados como purê ou assados, completando molhos ou em saladas.

Alguns alimentos possuem pouca ou têm moderada quantidade de potássio e podem ser comidas com maior liberdades, não esqueça, porém, de ter a opinião de seu médico ou nutricionista sobre a quantidade Ideal que você pode consumir desses alimentos.

ALIMENTOS COM POUCA QUANTIDADE DE POTÁSSIO,QUE PODEM SER CONSUMIDOS COM MAIOR LIBERDADE:

Frutas (ou seus sucos) como caju, cereja, jabuticaba, limão, lima, uva, melancia e maracujá.

Lembre-se, no entanto, que você não deve abusar da quantidade de sucos!

Hortaliças: broto de feijão, brócolos, mostarda cozida, repolho cru e pimentão.

Os ALIMENTOS QUE CONTÊM MÉDIA QUANTIDADE DE POTÁSSIO DEVEM SER CONSUMIDOS COM MODERAÇÃO.

São eles: Frutas (ou seus sucos) como abacate, ameixa (seca ou fresca), abacaxi, amora, caqui, figo (seco),(fresco ou em calda), goiaba, kiwi, laranja, maçã, morango, nectarina, pêra, tangerina, uva e uva passas.

Hortaliças: aspargo, alface, agrião, berinjela, cenoura, cebola, couve, cogumelos, couve-flor espinafre, jiló, milho, nabo, palmito, pepino e quiabo.

As PROTEÍNAS, OS CARBOIDRATOS E AS GORDURAS

As proteínas são utilizadas para o crescimento do corpo e a formação de células de defesa que combatem as infeções, sendo utilizadas também na cicatrização. Assim, parece ser Importante que se coma bastante proteína, porém, as proteínas ingeridas são processadas para nos fornecer seus nutrientes e o produto final deste processo é a uréia.

A urina é assim denominada pois é composta, basicamente, de uréia. Podemos então concluir que, se a uréia é eliminada através da urina e se os rins se encontram com suas funções reduzidas (insuficiência renal), a uréia fica acumulada no organismo, provocando uma série de sintomas como náuseas, vômitos, falta de apetite, etc.

Durante a diálise, o excesso de uréia é eliminado. Porém, essa eliminação não é total e para que não haja acúmulo, deve haver, um equilíbrio entre a quantidade de proteínas ingerida e a quantidade de uréia produzida a partir da proteína e, finalmente, eliminada na diálise. Por outro lado, se você comer pouca quantidade de proteína, não haverá grande produção de uréia, mas você corre o risco de ficar desnutrido.

Conhecendo a importância da proteína no dia­-a-dia de seu tratamento, podemos concluir que é muito importante controlar a quantidade de carnes, aves, peixes e ovos. Como estes alimentos são fontes do mesmo tipo de nutrientes - as proteínas - é recomendável que você coma um deles em cada refeição, seguindo orientação do seu médico ou nutricionista que irá dizer o tanto que você pode comer destes alimentos por dia, de acordo com as suas necessidades.

Os carboidratos e as gorduras nos dão calorias, ou seja, a energia tão importante para manter as células do nosso corpo funcionando adequadamente.

Pães, cereais, frutas, açúcares, geléias e mel são exemplos de alimentos que nos fornecem carboidratos. As gorduras estão presentes no leite, carnes, margarina, molhos de saladas e óleos. A quantidade de calorias, vindas dos carboidratos ou das gorduras, que são necessárias em cada uma de suas refeições, varia de acordo com o sexo, idade, peso, e ainda de acordo com a atividade física que você desenvolve.

FÓSFORO E O CÁLCIO

O fósforo e o cálcio são dois minerais que ajudam a manter os ossos fortes. O nível de fósforo no corpo é controlado pelos rins. Na insuficiência renal, o fósforo não pode ser eliminado na urina, ficando então acumulado no organismo. A quantidade de fósforo e cálcio no organismo é delicadamente equilibrada. Altos níveis de fósforo fazem com que o cálcio seja retirado dos ossos. Portanto, para prevenir sérios danos nos ossos, que podem se manifestar como dores nos ossos e quebraduras fáceis, é importante manter o fósforo em níveis adequados no sangue.

O fósforo pode ser encontrado em vários alimentos e a maioria dos alimentos que contém grandes quantidades de cálcio contém também fósforo. Os alimentos derivados do leite, carnes, ovos, legumes e a casca dos cereais contêm cálcio e fósforo.

Como o seu corpo precisa de cálcio, mas não pode ter excesso de fósforo, é necessária uma dieta bastante equilibrada nas quantidades destes dois elementos. Muitas vezes é necessário o uso de medicamentos, como por exemplo a vitamina D, que facilita o depósito de cálcio nos ossos e de medicamentos que impedem a absorção de fósforo nos intestinos, como por exemplo o carbonato de cálcio e o hidróxido de alumínio. Desta forma, tenta-se manter o equilíbrio entre estes dois elementos tão importantes para a integridade dos nossos ossos.

INFORMAÇÕES ESPECIAIS

CONTROLE DE PESO

A obesidade é comum nos pacientes que realizam diálise peritoneal. Um dos motivos para a obesidade nestes pacientes é que o liquido da diálise contém glicose (açúcar), que passa do liquido para o sangue do paciente.

Atenção: Não inicie uma dieta para perder peso antes de ser avaliado por seu médico ou nutricionista.

Você pode, no entanto seguir algumas regras básicas, como verá a seguir.

Cuidados dietéticos gerais para redução de peso:

Realizar as refeições calmamente, mastigando bem todos os alimentos;

Fracionar as refeições, ou seja, comer em menor quantidade e mais vezes ao dia.

Controlar a ingestão de alimentos ricos em gorduras como: manteiga, margarina, óleo, molhos tipo maionese e frituras em geral, pois são alimentos que produzem muita caloria (alimentos muito calóricos) e provocam aumento de peso.

Como as gorduras, os alimentos que contêm muito açúcar são também calóricos.

Portanto, é importante controlar a ingestão de açúcar e derivados como doces caseiros ou industrializados, chocolates, geléias, mel, biscoitos recheados, balas e outros.

CUIDADOS NUTRICIONAIS DO PACIENTE DIABÉTICO

Os pacientes diabéticos devem seguir as mesmas recomendações dadas aos outros pacientes em diálise. No entanto, devem ter cuidados especiais na ingestão de carboidratos simples (açúcares e derivados), devendo limitar ou abolir totalmente seu uso.

Os alimentos que contêm carboidratos simples (açúcares ou derivados) são:

açúcar refinado, cristal ou mascavo , xarope de milho ,doces caseiros ou industrializados, chocolates, balas, biscoitos recheados, mel , geléia e refrigerantes.

Atenção: Siga uma dieta balanceada, elaborada por um nutricionista.

CUIDADOS COM A DIETA DURANTE UM QUADRO DE PERITONITE

A peritonite é uma inflamação que pode acontecer nos pacientes que fazem diálise peritoneal. Ela pode estar acompanhada de sintomas como dor abdominal, náuseas, vômitos, diarréia e perda de apetite. Nesse momento, seu organismo necessita de maior quantidade de proteínas, pois ocorre grande perda dessa substância através da diálise.

Portanto, deve-se ingerir maior quantidade de alimentos ricos em proteínas como as carnes (boi, frango, peixe), ovos e preparações que sejam acrescidas de proteínas.

Atenção: Caso você tenha dificuldade em aumentar a sua ingestão de proteína, procure seu nutricionista, pois ele poderá incluir em sua dieta suplementos dietéticos especiais.

Depois de tudo que dissemos acima, temos a Impressão de que o paciente em diálise não pode comer nada ou que tudo pode lhe fazer mal, mas não é bem assim. O importante é que você coma com precaução e em quantidades limitadas.

TRANSPLANTE DE RENAL

O transplante de rim é um procedimento que coloca um rim saudável de outra pessoa em seu corpo. Esse novo rim faz todo o trabalho que seus dois rins doentes não podem fazer.

Um cirurgião coloca o novo rim dentro de seu corpo entre a parte superior da coxa e o abdômen. O cirurgião conecta a artéria e veia do novo rim em sua artéria e veia. Seu sangue flui pelo novo rim e produz urina, da mesma maneira como faziam seus próprios rins quando eram saudáveis. O novo rim pode começar a trabalhar imediatamente ou pode levar algumas semanas para funcionar. Seus próprios rins permanecem onde eles estão, a menos que estejam causando infeção ou hipertensão

Você pode receber um rim de um membro de sua família. Este tipo de doador é chamado de doador vivo-relacionado.

Você pode receber um rim de uma pessoa que morreu recentemente. Este tipo de doador é chamado um doador cadáver.

Às vezes um cônjuge ou o amigo muito íntimo pode doar um rim. Este tipo de doador é chamado um doador vivo-não relacionado.

É muito importante que o sangue e tecidos do doador sejam compatíveis com o seu. Esta compatibilidade ajudará a impedir que o sistema imunológico de seu organismo passe a agredir, ou rejeitar, o novo rim. Um laboratório fará testes especiais nas células sanguíneas para descobrir se seu corpo aceitará o novo rim.

O tempo que leva para se conseguir um rim varia. Não há número suficiente de doadores cadáver para todas as pessoas que precisam de um transplante. Por causa disto, você deve ser colocado em uma lista de espera para receber um rim de doador cadáver. Porém, se um parente lhe doa um rim, o transplante pode ser feito mais cedo.

A cirurgia dura de 3 a 6 horas. A permanência habitual no hospital pode durar de 05 a 10 dias. Depois que você deixa o hospital, você irá para o ambulatório para visitas de acompanhamento regulares.

Se um parente ou amigo íntimo lhe doa um rim, ele ou ela provavelmente ficará no hospital durante uns 03 ou 04 dias.

COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS.

O transplantate não é uma cura. Sempre há uma chance de seu organismo rejeitar seu novo rim, não importa quão boa foi a compatibilidade. A chance de seu corpo aceitar o novo rim depende de sua idade, raça, e condições clínicas.

Normalmente, 75 a 80 por cento de transplantes de doadores cadáver estão funcionando um ano depois de cirurgia. Porém, transplantes de parentes vivos funcionam freqüentemente melhor do que transplantes de doadores cadáver. Isso ocorre porque eles normalmente tem uma melhor compatibilidade.

Seu médico lhe dará drogas especiais para ajudar a prevenir a rejeição. Esses medicamentos são chamados imunosupressores. Você precisará tomar estes remédios diariamente para o resto de sua vida.

Às vezes essas drogas não impedem seu organismo de rejeitar o novo rim. Se isto acontecer, você voltará para alguma forma de diálise e possivelmente esperará por outro transplante.

O tratamento com essas drogas pode causar efeitos colaterais. O mais sério é que eles debilitam seu sistema imunológico e o tornam mais propenso a adquirir infeções. Algumas drogas também causam mudanças em sua aparência. Seu rosto pode se tornar mais cheio. Você pode ganhar peso ou pode desenvolver acne ou pêlos faciais. Nem todos os pacientes têm esses problemas, e maquilagem e dieta podem ajudar.

Algumas dessas drogas pode causar problemas como cataratas, ácidez no estômago, e doença de quadril. Em um número menor de pacientes, estas drogas podem causar também danos no fígado ou rim quando usadas por um período longo de tempo.

Dieta para pacientes transplantados é menos limitante que para pacientes em diálise. Você ainda pode ter que reduzir em um pouco os alimentos. Sua dieta provavelmente mudará conforme seus medicamentos, exames de sangue, peso, pressão sanguínea mudarem.

Você pode precisar contar as calorias. Os medicamentos podem lhe dar um apetite maior e pode causar ganho de peso.

Você pode ter que limitar a ingestão de comidas salgadas. Os medicamentos podem causar retenção de sal em seu corpo e podem causar pressão alta.

Você pode precisar comer menos proteína. Alguns medicamentos levam a um maior acúmulo de resíduos em sua circulação sangüínea.

OS PRÓS E CONTRAS

Há os prós e contras no transplante de rim.

Prós

  • Funciona como um rim normal.
  • Ajuda a você sentir-se mais saudável.
  • Você tem menos restrições na dieta.
  • Não há nenhuma necessidade de diálise.

Contras

  • Requer uma cirurgia.
  • Você pode ter que esperar por um doador.
  • Um transplante pode não durar a vida inteira. Seu corpo pode rejeitar o novo rim.
  • Você terá que tomar remédio para o resto de sua vida.

QUESTÕES QUE VOCÊ PODE QUERER PERGUNTAR PARA SEU MÉDICO:

  • Transplante é a melhor escolha de tratamento para mim? Por que sim ou por que não?
  • Quais são minhas chances de ter sucesso com um transplante?
  • Como eu descubro se um familiar ou amigo podem doar?
  • Quais são os riscos a para um familiar ou amigo se ele ou ela doam?
  • Se um familiar ou o amigo não doam, como sou colocado em uma lista de espera para um rim? Quanto tempo eu terei que esperar?
  • O que são os sintomas de rejeição?
  • Quem estará cuidando de mim? Como eles podem me ajudar?
  • Eu posso falar a quem sobre sexualidade, finanças, ou preocupações familiares?
  • Como/onde eu posso falar com outras pessoas que enfrentaram esta decisão?

DOADOR:

QUEM PODE SER DOADOR?

Podem haver três tipos de doadores.

Um deles é o doador vivo relacionado, ou seja, é um parente (avós, pai, mãe, irmãos, irmãs, filhos, tios, sobrinhos, primos até segundo grau inclusive e cônjuges ), maior de idade e capaz, que durante a sua vida doe, gratuitamente, um de seus rins ao paciente.

Outro tipo é o doador vivo não relacionado, é o indivíduo que não tem nenhum dos graus de parentescos definidos acima, e que sendo maior e capaz perante a lei, decide espontaneamente, sem coação e sem remuneração financeira doar um de seus rins a outra pessoa. Este tipo de doação só é autorizada mediante autorização judicial .

Nestes dois casos acima o doador tem que ser pessoa saudável, sem doenças, comprovada através de avaliação médica e laboratorial.

Outro tipo de doador, é o doador cadáver. Neste caso o doador é uma pessoa que está em morte encefálica (cerebral), e cuja família autorizou a equipe médica a realizar a retirada de órgãos para transplante.

QUAL O MELHOR DOADOR?

O melhor doador é aquele que, além da compatibilidade do tipo de sangue, tem os antígenos de histocompatibilidade mais semelhantes ao receptor. Esses antígenos são determinados através de um exame de sangue que se chama tipagem HLA.

Assim, o melhor doador são os irmãos gêmeos univitelinos. Porém é pouco freqüente encontrar pacientes com este tipo de doador.

Em segundo lugar, vem os irmãos e/ou irmãs com antígenos de histocompatibilidades idênticos.

Depois vem os irmãos que possuem 50% dos antígenos de histocompatibilidade iguais ao receptor, e os pais.

Em seguida vem o doador cadáver.

Se você tiver um membro da família que gostaria ser um doador, a equipe também o avalia para assegurar se é um bom candidato para a doação.

Para receber um transplante de cadáver, você é tipado para o sangue e tipo de rim. Novamente, a equipe de transplante procurará um tipo de rim que seja similar a sua estrutura genética, quando possível, e olhará o resultado da prova cruzada ( ver página da Central de Transplantes de São Paulo www.saudesp.gov.br )

O QUE DETERMINA UMA BOA TIPAGEM?

Primeiro você deve ter um tipo sangüíneo compatível com seu doador. Os tipos sangüíneos são A, B, AB ou O. Pacientes do tipo sangüíneo A devem receber um rim de um doador do tipo sangüíneo A ou O; pacientes do tipo B de doadores do tipo sangüíneo do tipo B ou O; pacientes do tipo O de doadores do tipo O; pacientes AB podem receber um rim de qualquer tipo sangüíneo.

IMPORTANTE: O fator RH não contra indica o transplante

Uma vez que a compatibilidade de tipo sangüíneo é determinada, o laboratório procura um doador com estruturas celulares similares nos marcadores de superfície celular. Uma tipagem celular mais próxima deve ajudar seu organismo a aceitar um novo rim.

COMO POSSO SABER SE ALGUÉM DA MINHA FAMÍLIA PODE DOAR UM RIM PARA MIM?

Uma amostra de sangue é retirada de seu candidato a doador e testada no laboratório de tipagem tecidual. Nós procuraremos por uma estrutura celular similar a sua. Se for determinado que o doador tem uma boa tipagem, o avaliaremos exaustivamente para assegurar que não há contra-indicações para a operação.

O QUE ACONTECE SE NENHUM DOS MEMBROS DA FAMÍLIA FOR COMPATÍVEL?

Se você não tem um doador entre os membros da sua família, será colocado na lista de espera de rim de doador cadáver.

POR QUANTO TEMPO TEREI QUE ESPERAR POR UM RIM DE CADÁVER?

O período de espera por um rim de cadáver varia. Sempre que recebermos um rim de cadáver com tipagem sangüínea compatível com a sua, o seu sangue será cruzado com o sangue do doador cadáver para saber se há possibilidade de você receber esse rim. Estes testes requerem mais ou menos 10 horas.

O QUE ACONTECE QUANDO UM RIM DE CADÁVER TORNAR-SE DISPONÍVEL?

Quando um rim de cadáver tornar-se disponível e a prova cruzada for compatível será escolhido o receptor a mais tempo na fila de espera para receber o rim. Se você for escolhido, um membro da equipe de transplante lhe comunicará.

Mantenha sempre a sua equipe informada dos seus dados, endereço, telefones residência e celular, telefones para recados, etc..

Após ser contatado, por favor, não coma nem beba nada, pois deve permanecer sem ingerir nada pela boca por 4 horas antes da cirurgia. Quando for chamado, a equipe médica vai avaliar os riscos que podem contra-indicar a cirurgia.

O QUE É A PROVA CRUZADA OU "CROSS-MATCH"?

É o exame em que se mistura o sangue do receptor e do doador para ver se há possibilidade de rejeição nas primeiras horas pós-transplante. Se for positivo, o transplante não será realizado, pois a chance de rejeição é de quase 100%.

UMA CONVERSA COM O DOADOR

COMO SABEREI SE POSSO DOAR O RIM?

Você fará uma consulta médica e depois, em etapas, grande série de exames de sangue, urina, radiológico e eletrocardiograma para comprovar que seus rins e demais órgãos estão perfeitos.

Caso um ou mais exames derem alterados será avisado você é encaminhado para o tratamento adequado. Se não puder doar também será comunicado.

COMO É ESCOLHIDO O DOADOR?

Só serão candidatos a doador, aqueles familiares de pacientes que espontaneamente procurarem a equipe médica da nefrologia, e manifestarem expressamente o desejo de doar.

Para poder doar o rim será feita tipagem sangüínea dos candidatos a doador. Só continuarão a investigação os candidatos que tiverem tipagem sangüínea compatível com o receptor.

Após ter confirmada através de exame que o tipo de sangue entre o candidato a doador e o receptor é compatível, o candidato a doador realiza uma consulta com um nefrologista da equipe de transplantes, onde o candidato a doador é entrevistado e examinado.

Se na entrevista e no exame físico não for constatado nenhuma doença que inviabilize a doação, são solicitados vários exames de sangue, de urina e exames radiológicos para descartar doenças, para impedir a doação.

POR QUE FUI ESCOLHIDO?

Primeiro por doar o rim espontaneamente. A equipe de transplante não aceita pressão de ninguém, do paciente, da família ou de outras pessoas para forçar o doador a doar o rim. A doação é um ato de amor. Só ocorre doação se você assim o desejar.

Em segundo lugar porque seu rim é o que tem a tipagem mais parecida com a do receptor, entre os doadores indicados.

QUAIS SÃO OS RISCOS DA DOAÇÃO?

A cirurgia é feita com anestesia geral e esse é o risco da cirurgia, para que seja o risco menor possível é feita toda a avaliação clínica do doador. Especialmente a cirurgia do doador é feita com muito cuidado já que não está doente e apenas pratica um ato de amor.

LEVAREI VIDA NORMAL COM UM RIM APENAS?

Algumas pessoas nascem com apenas um rim e nunca ficam sabendo disso, exceto se fizerem algum exame ocasional e descobrirem o fato. Um rim faz o trabalho de dois rins e a vida da pessoa será normal em qualquer profissão ou na família.

E SE O RIM QUE FICA PERDER A FUNÇÃO?

Caso sofra de cálculo renal não poderá ser doador pois existe a possibilidade de que tenha cálculo de novo. As outras doenças que ocasionam paralisia dos rins, atingem os dois rins, tanto faz ter um ou dois rins.

QUE CUIDADOS DEVO TER ANTES DA OPERAÇÃO?

Se você for obeso o médico recomendará que diminua o peso. Se fumar deverá largar o cigarro até a operação, para diminuir a chance de complicações respiratórias da operação.

COMO SERÁ MINHA RECUPERAÇÃO?

Nas primeiras 24 horas após a cirurgia a dor será um pouco maior, mas, será tratada adequadamente com remédios. No dia seguinte a operação você começará a caminhar, e em torno de 1 semana serão retirados os ponte . A alta geralmente ocorre 03 dias após a cirurgia.

QUE PODEREI FAZER PARA AJUDAR MINHA RECUPERAÇÃO?

Tossir, para não acumular secreção nos brônquios, colocando a mão em cima do curativo da operação, para evitar dor no local da cirurgia. Deverá flexionar os pés e as pernas para cima e para baixo, para não ocorrer flebite. Quando o médico permitir, sair da cama e andar.

QUANDO PODEREI VER O RECEPTOR?

Você poderá ir até o quarto do receptor e observá-lo assim que estiver andando. Antes disso poderão comunicar-se com bilhetes ou telefone.

DEVEREI FAZER REVISÃO MÉDICA?

Após a alta e revisão pós-operatória imediata é recomendável que o doador consulte com o nefrologista 12 meses após a cirurgia.

QUANTO TEMPO TEREI LICENÇA DO TRABALHO?

A junta médica da perícia do INSS costuma dar 30-40 dias de licença para o doador.

IMPORTANTE: O Doador não tem direito ao Benefício de Auxílio Doença, porque ele goza de boa saúde.

PRÉ TRANSPLANTE

COMO POSSO SABER SE PODEREI FAZER TRANSPLANTE?

Para determinar se você é um candidato à transplante, deve primeiro fazer uma consulta para avaliação pré-transplante.

Há varias razões para essa avaliação.

Primeiro, a perda da função renal freqüentemente afeta outros sistemas do corpo. Assim, é importante identificar áreas de problemas que poderão atrapalhar o sucesso do transplante.

Segundo, é uma oportunidade para familiarizar-se com a equipe médica e terá muitas de suas dúvidas respondidas. Após completar sua avaliação haverá uma reunião da equipe de transplante renal para discutir as informações obtidas durante a sua avaliação.

A equipe se reune com você e discuti as recomendações a respeito do que considera ser o melhor tratamento.

O QUE É UMA AVALIAÇÃO PRÉ-TRANSPLANTE?

A avaliação pré-transplante consta de consulta médica e uma série de exames que serão feitos para determinar os pontos fortes e os pontos fracos do seu organismo, para determinar a possibilidade de receber um transplante de rim. Os testes podem mostrar áreas que precisem tratamento corretivo antes do transplante.

ALÉM DA COMPATIBILIDADE SANGÜÍNEA E DA TIPAGEM HLA, QUE OUTRO EXAME É NECESSÁRIO PARA VERIFICAR A VIABILIDADE DO TRANSPLANTE?

Além da compatibilidade sangüínea e da tipagem HLA, outro exame indispensável para verificar a viabilidade do transplante é a prova cruzada ou "cross match", Este exame consiste em testar o soro do paciente em contato com células do doador, se o soro do paciente não destruir as células do doador, o transplante é viável.

SE EU NÃO TIVER NINGUÉM NA FAMÍLIA EM CONDIÇÕES DE DOAR UM RIM, O QUE POSSO FAZER?

Não havendo possibilidade de transplante com doador vivo relacionado, você pode após fazer a avaliação pré-transplante (detalhes a seguir) entrar na lista de espera para transplante com doador cadáver.

Caso isto aconteça será colhido uma amostra de seu soro a cada dois meses, que será encaminhada ao laboratório de imunogenética.

Se aparecer um doador cadáver com a mesma tipagem sangüínea que você, seu soro servirá para a realização da prova cruzada, com células do doador cadáver, para verificar se o seu organismo "aceitaria" o novo rim.

HÁ ALGUM LIMITE DE IDADE PARA O PACIENTE QUE DESEJAR TER UM TRANSPLANTE?

Existem vários requisitos para se saber qual a idade melhor para se fazer um transplante, pergunte ao médico sobre isso.

QUE CUIDADOS DEVO TER APÓS A MINHA INCLUSÃO NA LISTA DE ESPERA PARA TRANSPLANTE COM DOADOR CADÁVER?

Você precisa deixar seu endereço e telefones de contato sempre atualizados com as secretárias e enfermeiras, pois caso apareça um rim para você, temos que encontrá-lo o mais rapidamente possível, mesmo à noite, final de semana e feriados.

TODOS OS PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA SÃO CANDIDATOS A TRANSPLANTE RENAL?

Não. Pacientes que tiveram câncer, pacientes com infeções, pacientes com doença grave do fígado, não podem fazer transplante. Porém cada caso é analisado individualmente. Converse com a equipe sobre o assunto.

QUAIS SÃO AS VANTAGENS DE UM TRANSPLANTE DE RIM?

O transplante oferece aos pacientes em diálise a chance de uma maior independência e melhor qualidade de vida. A diálise oferece uma substituição incompleta da função renal, o transplante oferece a possibilidade de uma função renal plena.

Você será capaz de retornar a uma dieta mais próxima ao normal e a beber líquidos de forma mais liberal. Tornar-se-á um participante ativo nas atividades físicas e terá maior autonomia na vida diária. Por último, não será mais dependente da diálise para seu bem estar. Porém o acompanhamento médico será sempre constante.

EXISTEM DESVANTAGENS NO TRANSPLANTE RENAL?

O paciente que se submete ao transplante necessita de cuidados médicos contínuos. O paciente que se submete ao transplante renal está exposto a determinados riscos:

  1. Inicialmente tem o ato cirúrgico do transplante, que apesar de ser uma cirurgia até certo ponto simples, envolve o risco inerente a qualquer ato cirúrgico.
  2. Em segundo lugar vem a necessidade do uso de medicações imunossupressoras, como prednisona, azatioprina, ciclosporina e anticorpos monoclonais, que possuem determinados efeitos colaterais e podem trazer complicações.
  3. Em terceiro lugar, o rim transplantado pode não funcionar e o paciente necessita retornar à diálise.

    A CIRURGIA

    A CIRURGIA DO TRANSPLANTE RENAL

    O QUE DEVEREI LEVAR AO HOSPITAL QUANDO FOR CHAMADO?

    Quando for chamado para o transplante deverá levar um roupão, pijamas, escova de dentes, pasta de dentes, sabonete, pente ou escova para cabelo e qualquer toalete que normalmente usa em estadas noturnas longe de casa.

    SE EU DEIXAR A CIDADE, DEVEREI NOTIFICAR ALGUÉM?

    É importante que tenhamos um número de telefône onde você possa ser contactado se um rim tornar-se disponível.

    EU TEREI PREPARAÇÕES ESPECIAIS ANTES DA CIRURGIA DE TRANSPLANTE?

    No dia anterior a operação de transplante, após chegar ao hospital, será pedido a você banho com sabão anti-séptico. Isso é feito para reduzir o número de bactérias na sua pele. Também será dado um pequeno enema antes da cirurgia.

    Adicionalmente, uma veia será pega em seu braço e medicações serão dadas.

    Não poderá receber um transplante se tiver infeção ou doença viral. É mais seguro retardar a operação até estar bem, devido ao risco de infeções sérias.

    ONDE O CIRURGIÃO IMPLANTA O NOVO RIM?

    Os rins são colocados através de uma cirurgia em um dos lados do abdomen inferior, logo acima da virilha, do lado direito ou esquerdo. Essa área é escolhida porque:

    1. É facilmente acessível e tem uma irrigação sangüínea muito boa. Também, o rim será protegido por traz pelos ossos do quadril, que são grandes;

    2. Após a cirurgia o rim, neste local, pode ser facilmente examinado pelos médicos. Você também será capaz de sentir seu novo rim;

  4. É mais fácil nessa posição "costurar" o tubo de drenagem (ureter) de seu novo na bexiga.

O QUE ACONTECE APÓS A CIRURGIA?

Geralmente a anestesia é do tipo peridural, ou geral. Haverá uma sonda na sua bexiga para mantê-la vazia. Também, durante a cirurgia, haverá um tubo na sua garganta, mas você não sentirá a colocação deste tubo, pois já estará anestesiado. Tão logo você esteja plenamente acordado e sua condição esteja estável, o tubo será retirado de sua garganta e você deixará a sala de recuperação.

Será então levado para o quarto especial de transplante.

Enfermeiras ficarão com você durante os primeiros dias. Elas avaliarão sua pressão sangüínea, pulso, temperatura, a quantidade de urina e seu quadro geral freqüentemente. Será esperado que respire fundo e tussa para fora a cada hora para diminuir as complicações pulmonares pós-operatórias.

Receberá soro na veia, o que lhe fornecerá líquidos para manter a diurese. A quantidade de soro administrada dependerá do volume de urina produzido. Tão logo você consiga ingerir líquidos e medicamentos por boca, e não havendo necessidade de medicação endovenosa, não precisará mais do acesso venoso.

O catéter da bexiga é geralmente removido do 3º ao 5º dia após a cirurgia.

O MEU NOVO RIM FABRICARÁ URINA IMEDIATAMENTE?

O rim pode fabricar uma grande quantidade de urina logo após a cirurgia. Sua enfermeira medirá isso a cada hora. Pode estar avermelhada - isso é normal. Por outro lado, o rim pode não fabricar urina inicialmente, principalmente nos casos com doador cadáver, isso não é necessariamente uma causa para preocupação.

Você poderá necessitar de diálise até seu novo rim começar a funcionar adequadamente.

COMO POSSO PREVENIR COMPLICAÇÕES APÓS A CIRURGIA?

Uma complicação importante após a cirurgia é a infeção pulmonar. É de sua responsabilidade tossir e fazer exercícios com respiração profunda na sala de recuperação e continuar essa prática quando retornar para o quarto.

Adicionalmente, será encorajado para sair da cama tão cedo quanto possível, geralmente no primeiro dia após a cirurgia, isto prevenirá o desenvolvimento de trombose nas veias da perna, ajudará seu intestino a funcionar melhor e fará seu pulmão funcionar melhor, evitando infeções.

POSSO FUMAR CHARUTOS, CIGARROS, ETC.?

FUMAR É ABSOLUTAMENTE PROIBIDO.

O tabagismo aumenta a chance de infeções respiratórias e é grande um risco para pacientes transplantados. Os problemas mais sérios nos pacientes transplantados são devido a infeções. Esse risco pode ser significativamente reduzido se não fumar.

POR QUANTO TEMPO FICAREI NO HOSPITAL APÓS O TRANSPLANTE?

Espere ficar hospitalizado por 07 a 10 dias após o transplante. Se tiver qualquer complicação, sua estada pode ser mais longa. Se correr tudo bem pode ter alta hospitalar antes.

POSSO RECEBER VISITAS?

O quarto de transplante renal é restrito, assim não permitimos mais do que 02 visitantes por paciente na unidade, após o primeiro dia da cirurgia. No entanto, você poderá comunicar-se com seus familiares pelo telefone a qualquer momento.

MEDICAMENTOS ESPECIAIS

QUAIS AS MEDICAÇÕES QUE TOMAREI APÓS A CIRURGIA?

Tomará várias medicações. As mais importantes são Azatioprina (Imuran), Prednisona (Meticorten) e Ciclosporina A (Sandimmun).

Elas ajudarão seu corpo a aceitar o novo rim. É importante tomá-las TODO DIA.

A negligência em tomar essas drogas pode causar rejeição ao rim ou torná-lo severamente doente. As outras medicações que tomará são para prevenir complicações sérias.

Essas medicações serão receitadas, e é essencial que as tome conforme ordenado. Aprenderá o nome de cada um de seus remédios, como eles são, quanto você está tomando, para o que servem e quais são os efeitos colaterais de cada um.

POR QUE É NECESSÁRIO TOMAR MEDICAMENTOS ESPECIAIS QUANDO FOR TRANSPLANTADO?

Seu organismo tem um sistema muito complexo (sistema imunológico) que reage contra órgãos estranhos introduzidos nele. É um sistema protetor contra infeções, mas que infelizmente trabalha contra no caso de transplante. Como o rim transplantado é reconhecido como "estranho", pois ele veio de outra pessoa, seu organismo reagirá contra o rim e tentará destruí-lo, a menos que seja dada medicação para diminuir essa reação. Tais medicamentos são chamados medicamentos imunossupressores.

QUAIS SÃO OS MEDICAMENTOS IMUNOSSUPRESSORES ?

Geralmente o paciente que recebe um transplante renal toma três medicamentos imunossupressores: prednisona, azatioprina e ciclosporina.

A dose, e a combinação destes três remédios, varia de acordo com o peso do paciente e sua condição clínica.

A prednisona, ou Meticorten , é um tipo de corticóide, ela é tomada pela manhã.

Seus efeitos colaterais são: aumento do apetite, aumento da quantidade da gordura no rosto e nas costas, aparecimento de acnes, retenção de líquidos, hipertensão arterial, e pode também desencadear diabetes mellitus.

A azatioprina, ou Imuranâ , geralmente ingerida à noite.

Seus efeitos colaterais são: pode causar problemas no fígado (icterícia ou amarelão) e diminuição dos leucócitos (células brancas do sangue).

A ciclosporina, ou Sandimun , é ingerida duas vezes por dia, cada 12 horas, geralmente em cápsulas.

Seus efeitos colaterais são: hipertensão arterial e retenção de líquidos, elevação da creatinina do sangue, tremores, aumento da gengiva, crescimento aumentado de pêlos e cabelo.

Existe outro medicamento imunossupressor disponível, há pouco tempo, de nome Cellcept , que em alguns casos substitui a azatioprina, é tomado duas vezes por dia.

Seus efeitos colaterais são: diarréia que aparece em alguns pacientes.

Todos estes medicamentos deixam o seu organismo mais suscetível a infeções e tumores, por isso, você fica internado no momento do transplante , para não pegar infeção, e terá sua temperatura medida várias vezes por dia.

Você não está predisposto para ter todos, ou mesmo a maioria desses efeitos colaterais, mas poderá experimentar alguns deles.

É melhor discuti-los a qualquer momento, com a equipe médica. Outra sugestão é a de falar com pacientes já transplantados para melhor compreender as medicações necessárias e seus possíveis efeitos colaterais. Comente essas conversas com o médico.

TEREI QUE TOMAR ESTES MEDICAMENTOS PARA SEMPRE ?

Sim. Nas primeiras semanas em dose mais alta, depois, ao longo do tempo, a dose de cada um dos medicamentos vai diminuir, porém você sempre vai precisar toma-los, do contrário o seu rim transplantado será rejeitado pelo seu organismo e você terá de retornar à diálise.

COMO CONSEGUIR OS REMÉDIOS QUE NECESSITO TOMAR?

A ciclosporina (Sandimmum Neoral), a azatioprina (Imuran), predinizona (Meticorten) e o Cellcept (Mofetil Micofenolato) são fornecidos pelo SUS através de receituário específico fornecido pelo serviço de nefrologia, junto à farmácia especial, o endereço será fornecido pela equipe médica.

PÓS TRANSPLANTE

FICAREI COM RESTRIÇÃO DE LÍQUIDOS APÓS MEU TRANSPLANTE?

A maioria dos pacientes são capazes de beber tanto líquido quanto quiserem após o transplante. No entanto, se sua pressão sangüínea está elevada e você retiver líquido (edema), necessitando um diurético, poderá ser orientado a restringir líquidos. Se uma restrição for orientada você saberá exatamente qual será a limitação.

TEREI RESTRIÇÕES DE ALIMENTO APÓS O TRANSPLANTE?

Desde que cada indivíduo é único, os requerimento nutricionais variarão. Há restrições dietéticas, no entanto. Essas restrições são freqüentemente temporárias. Muitas dessas restrições são relacionadas com a quantidade de Prednisona que você está recebendo. Se ocorre retenção de sódio e líquido, o conteúdo de sua dieta será restringido. A ingesta de potássio da dieta será controlada se os níveis estão elevados. Você terá consulta especializada com a nutricionista.

O QUE NECESSITAREI FAZER QUANDO FOR PARA CASA?

Nós recomendamos quando for para casa:

  • Tirar sua pressão sangüínea e temperatura cada manhã e ao anoitecer aproximadamente na mesma hora, e anotá-la. Um aumento na temperatura ou pressão sangüínea pode indicar o começo do episódio de rejeição e necessidade de ser relatado a equipe médica;
  • Pesar cada manhã na mesma balança com aproximadamente as mesmas roupas. Um grande aumento no peso pode indicar o começo de um episódio de rejeição e necessita ser relatado a equipe médica;
  • Nos primeiros três meses, tentar tanto quanto possível evitar aglomerações, já que isso pode diminuir suas chances de contrair uma infeção. Os visitantes em seu lar durante o primeiro mês deverão ser limitados aos seus familiares mais próximos.
  • Não é recomendado viajar para fora da cidade durante o primeiro mês após deixar o hospital, exceto para consultas médicas;

Relate qualquer sintoma diferente imediatamente a equipe médica.

CONTINUAREI A VER UM MÉDICO APÓS MEU TRANSPLANTE?

Após a alta do hospital, seu progresso continuará a ser monitorado nos consultórios de transplante renal.

Durante asconsultas, será examinado pelo médico de transplante que seguirá a evolução individual do paciente ambulatorial. A freqüência de visitas clínicas é dependente de muitos fatores, incluindo o tempo de evolução após o transplante e quão bem o novo rim está funcionando.

Importante lembrar que o número de consultas médicas varia de paciente para paciente.

QUAIS INVESTIGAÇÕES REGULARES QUE PODERÃO SER SOLICITADAS APÓS O TRANSPLANTE?

Tenha responsabilidade de pegar as requisições e os testes e consultar - isso é a sua parte - A equipe de transplante o ajudará com os formulários necessários e fará as anotações necessárias.

RX DE TÓRAX. É requerido para esclarecer se seus pulmões estão livres de infeção e líquido.

GINECOLOGISTA. Toda mulher deverá ter um exame ginecológico preventivo e exames do seio a cada 6 meses após o transplante sem falta. Câncer de colo de útero é mais comum após o transplante, no entanto, é complemente curável se detectado no início.

OFTALMOLOGISTA. Após o transplante, complicações tais como catarata ou glaucoma são possíveis. É necessário ter seus olhos checados a cada 6 meses.

DENTISTA. A cada 6 meses. Qualquer cirurgia ou trabalho de restauração deve ser feita por um dentista que conheça os problemas especiais que suas medicações impõem na cicatrização e na tendência de desenvolver infeção. Por exemplo, antibióticos devem ser dados para você antes de tal trabalho ser feito.

CLÍNICA ORTOPÉDICA. Com o uso a longo prazo com prednisona após o transplante, pode haver o amolecimento dos ossos. Essa condição produzirá dor nas juntas e é chamada necrose asséptica e geralmente envolve os quadris, joelhos, e/ou ombros. Ocasionalmente cirurgia é o tratamento de escolha para essa condição.

QUANTO TEMPO APÓS O TRANSPLANTE PODEREI VOLTAR A TRABALHAR?

Suas atividades físicas e capacidade para retornar ao trabalho será normal após o primeiro mês de transplante. O médico vai orientá-lo a respeito.

ORIENTAÇÕES DE ALTA HOSPITALAR PÓS TRANSPLANTE

CUIDADOS

Com as orientações contidas neste manual, você terá condições de cuidar-se após a alta hospitalar. Você deve seguir corretamente todas as orientações e esclarecer todas as dúvidas para o sucesso do transplante.

  • No dia da alta, você será orientado pelA equipe de enfermagem a respeito do tratamento pós - transplante. Preste atenção e não tenha receio de esclarecer qualquer dúvida que exista quanto ao tratamento;
  • Geralmente não há nenhuma restrição na dieta. Você poderá comer qualquer tipo de alimentos, cuidando-se para não engordar. Certos medicamentos que tomará podem predispor ao ganho excessivo de peso.

Cuidado com as gorduras e doces. Caso exista alguma restrição alimentar, o médico irá orientá-lo a respeito;

VIVENDO COM UM NOVO RIM

O QUE SIGNIFICA REJEIÇÃO?

Rejeição é um termo usado para descrever a reação do seu corpo ao novo rim. Algum grau de rejeição é esperado, a maioria dos pacientes a terá durante a primeira ou segunda semana após o transplante. Existem várias maneiras de tratar a rejeição e na maioria das vezes será curada.

COMO SABEREI SE ESTOU REJEITANDO MEU RIM?

Você deve estar alerta para a possibilidade de rejeição e prontamente comunicar a equipe de transplante se observar qualquer sinal ou sintoma, listados abaixo:

  • Dor ou inchaço sob seu rim transplantado;
  • Febre acima de 37 graus;
  • Diminuição da urina;
  • Rápido e grande ganho de peso;
  • Inchaço de pálpebras, mãos ou pés;
  • Dor ao urinar;
  • Urina fétida ou sanguinolenta;
  • Aumento na pressão sangüínea com uma mínima maior que 10;
  • Tosse ou falta de ar;
  • Perda da sensação de bem estar.

    O nefrologista então avaliará se existe ou não processo de rejeição acontecendo, pois estes sinais e sintomas podem também ter outras causas além da rejeição.

Obs.: - Qualquer outra alteração também deverá ser comunicada ao médico.

O QUE É FEITO CONTRA A REJEIÇÃO?

Existem várias maneiras para parar ou reverter o processo de rejeição. Uma, é dar corticosteróides em grandes doses intravenosas. Outra é tratar com Ciclosporina também em dose alta, ou com OKT-3, outro imunossupressor moderno. Os cientistas continuam a pesquisar outros tratamentos e sempre estão atualizados em relação a isso.

FELICIDADES NA SUA NOVA VIDA ! !

CONCLUSÃO

Não é fácil decidir qual tipo de tratamento é melhor para você. Sua decisão depende de sua condição médica, estilo de vida, e interesses pessoais.

Discuta os prós e contras de cada um com o pessoal que cuidará de você. Se você começa uma forma de tratamento e decide que gostaria de tentar outro, discuta com seu médico.

A chave é aprender tanto quanto você possa sobre suas escolhas. Com esse conhecimento, você e seu médico escolherão um tratamento que lhe sirva melhor.

CONHEÇA SEUS DIREITOS

Foi determinado através de lei federal que todo paciente renal crônico tem direito de realizar gratuitamente seu tratamento de diálise ou o transplante renal.

Além disso, foram determinadas as condições mínimas que devem existir em um centro de diálise ou em um serviço de transplante, que permitirão o bom funcionamento e a boa qualidade do tratamento.

Estas mesmas leis lhe dão direito ao fornecimento de medicamentos básicos e essenciais para o tratamento de doenças que normalmente acompanham a insuficiência renal, como por exemplo medicamentos para o tratamento da anemia (eritropoetina e ferro endovenoso), da doença nos ossos (calcitriol) e da rejeição ao transplante (ciclosporina).

Lembre-se: é importante que você procure sempre discutir com seu médico o quadro geral da sua saúde e como o atendimento está atuando junto às secretarias de Estado.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

ARTIGO XXV - Todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar.

  • O paciente tem direito a atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte de todos os profissionais de saúde. Tem direito a um local digno e adequado para seu atendimento.
  • O paciente tem direito a ser identificado pelo nome e sobrenome.não deve ser chamada pelo nome da doença ou do agravo a saúde, ou ainda de forma genérica ou quaisquer outras formas impróprias, desrespeitosas ou preconceituosas.
  • O paciente tem direito a receber do funcionário adequado, presente no local, auxílio imediato e oportuno para a melhoria de seu conforto e bem-estar.
  • O paciente tem direito a identificar o profissional por crachá preenchido com o nome completo, função e cargo.
  • O paciente tem direito a consultas marcadas, antecipadamente, de forma que o tempo de espera não ultrapasse a trinta (30) minutos.
  • O paciente tem direito de exigir que todo o material utilizado seja rigorosamente esterilizado, ou descartável e manipulado segundo normas de higiene e prevenção .
  • O paciente tem direito de receber explicações claras sobre o exame a que vai ser sub metido e para qual finalidade irá ser coletado o material para exame de laboratório .
  • O paciente tem direito a informações claras, simples e compreensivas, adaptadas à sua condição cultural, sobre as ações diagnósticas e terapêuticas, o que pode decorrer delas, a duração do tratamento, a localização de sua patologia, se existe necessidade de anestesia, qual o instrumental a ser utilizado e quais regiões do corpo serão afetadas pelos procedimentos.
  • O paciente tem direito a ser esclarecido se o tratamento ou o diagnóstico é experimental ou faz parte de pesquisa, e se os benefícios a serem obtidos são proporcionais aos riscos e se existe probabilidade de alteração das condições de dor, sofrimento e desenvolvimento da sua patologia.
  • O paciente tem direito de consentir ou recusar a ser submetido a experimentação ou pesquisas. No caso de impossibilidade de expressar sua vontade, o consentimento deve ser dado por escrito por seus familiares ou responsáveis.
  • O paciente tem direito a consentir ou recusar procedimentos, diagnósticos ou terapêuticas a serem nele realizados. Deve consentir de forma livre, voluntária, esclarecida com adequada informação. Quando ocorrerem alterações significantes no estado de saúde inicial ou da causa pela qual o consentimento foi dado. este deverá ser renovado.
  • O paciente tem direito de revogar o consentimento anterior, a qualquer instante, por decisão livre, consciente e esclarecida, sem que lhe sejam imputadas sanções morais ou legais.
  • O paciente tem o direito de ter seu prontuário médico elaborado de forma legível e de consultá-lo a qualquer momento. Este prontuário deve conter o conjunto de documentos padronizados do histórico do paciente, principio e evolução da doença, raciocínio clínico, exames, conduta terapêutica e demais relatórios e anotações clinicas.
  • O paciente tem direito a ter seu diagnóstico e tratamento por escrito, identificado com o nome do profissional, de saúde e seu registro no respectivo Conselho Profissional, de forma clara e legível.
  • O paciente tem direito de receber medicamentos básicos, e também medicamentos e equipamentos de alto custo, que mantenham a vida e a saúde.
  • O paciente tem o direito de receber os medicamentos acompanhados de bula impressa de forma compreensível e clara e com data de fabricação e prazo de validade.
  • O paciente tem direito de receber as receitas com o nome genérico do medicamento (Lei do Genérico), e não em código, datilografadas ou em letras de forma ou com caligrafia perfeitamente legível, e com assinatura e carimbo contendo o número do registro do respectivo Conselho Profissional.
  • O paciente tem direito de conhecer a procedência e verificar antes de receber sangue ou hemoderivados para a transfusão, se o mesmo contém carimbo nas bolsas de sangue atestando as sorologias efetuadas e sua validade.
  • O paciente tem direito, no caso de estar inconsciente, de ter anotado em seu prontuário, medicação, sangue ou hemoderivados, com dados sobre a origem, tipo e prazo de validade.
  • O paciente tem direito de saber com segurança e antecipadamente através de testes ou exames, que não é diabético, portador de algum tipo de anemia, ou alérgico a determinados medicamentos.
  • (anestésicos, penicilina, sulfas soro antitetânico, etc.) antes de lhe serem administrados.
  • O paciente tem direito à sua segurança e integridade física nos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados.
  • O paciente tem direito de ter acesso ás contas detalhadas referentes ás despesas de seu tratamento, exames, medicação, internação e outros procedimentos médicos. Portaria do Ministério da Saúde nº 1286 de 26/10/93- art. 82 e nº 74 de 04/05/94).
  • O paciente tem direito de não sofrer discriminação nos serviços de saúde por ser portador de qualquer tipo de patologia. principalmente no caso de ser portador de HIV/AIDS ou doenças infecto-contagiosas.
  • O paciente tem direito de ser resguardado de seus segredos, através da manutenção do sigilo profissional, desde que não acarrete riscos a terceiros ou à saúde pública. Os segredos do paciente correspondem a tudo aquilo que, mesmo desconhecido pelo próprio cliente. possa o profissional de saúde ter acesso e compreender através das informações obtidas no histórico do paciente, exame físico. exames laboratoriais e radiológicos
  • O paciente tem direito a manter sua privacidade para satisfazer suas necessidades fisiológicas, inclusive alimentação adequada e higiênicas , quer quando atendido no leito, ou no ambiente onde está internado ou aguardando atendimento .
  • O paciente tem direito a acompanhante, se desejar, tanto nas consultas, como nas informações.
    As visitas de parentes e amigos devem ser disciplinadas em horários
    compatíveis desde que não comprometam as atividades, médico/sanitárias. Em caso de
    parto, a partuiente poderá solicitar a presença do pai.
  • O paciente tem direito de exigir que a maternidade, além dos profissionais comumente necessários, mantenha a presença de um neonatologista, por ocasião do parto.
  • O paciente tem direito de exigir que a maternidade realize o "teste do pézinho" para detectar a fenilcetonúria nos recém-nascidos.
  • O paciente tem direito à indenização pecuniária no caso de qualquer complicação em suas condições de saúde motivadas por imprudência, negligência ou imperícia dos profissionais de saúde.
  • O paciente tem direito à assistência adequada, mesmo em períodos festivos, feriados ou durante greves profissionais.
  • O paciente tem direito de receber ou recusar assistência moral, psicológica, social e religiosa.
  • O paciente tem direito a uma morte digna e serena, podendo optar ele próprio (desde que lúcido), a família ou responsável, por local ou acompanhamento e ainda se quer ou não o uso de tratamentos dolorosos e extraordinários para prolongar a vida.
  • O paciente tem direito à dignidade e respeito, mesmo após a morte. Os familiares ou responsáveis devem ser avisados imediatamente após o óbito.
  • O paciente tem o direito de não ter nenhum órgão retirado de seu corpo sem sua prévia aprovação.
  • O paciente tem direito a órgão jurídico de direito especifico da saúde, sem ônus e de fácil acesso.
REQUERIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA PARA EMPREGADO(A) E DESEMPREGADO(A)

O benefício pode ser solicitado via Internet. Para requerer diretamente na Agência da Previdência Social apresente os seguintes documentos:

  • Atestado Médico e/ou Exames de Laboratório (se houver);
  • Documento de identificação (Carteira de Identidade/Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS);
  • Cadastro de Pessoa Física- CPF (não obrigatório);
  • PIS/PASEP;
  • Certidão de Nascimento dos filhos menores de 14 anos;

No caso de Auxílio-Doença Acidentário de segurado(a) empregado(a), além dos documentos acima, apresente também a

Nota: Para o auxílio-doença acidentário não é exigida a carência do item 3.

Informações complementares:

A Apresentação de Atestado(s) Médico(s), Exames de Laboratório e de Atestado(s) de Internação hospitalar, é opcional e não obrigatória;

No caso do segurado requerer o benefício após 30 dias o início do benefício será na data do requerimento.

LEI DO PASSE LIVRE

Mais que um benefício criado pelo governo federal,o passe livre é uma conquista da sociedade. Um avanço que trouxe mais respeito e dignidade aos portadores de deficiência.

Com o passe livre você vai poder viajar por todo o país.Use e defenda seu direito.Denuncie sempre que souber de alguma irregularidade.

QUEM TEM DIREITO AO PASSE LIVRE?

Portadores de deficiência física, mental, auditiva ou visual comprovadamente carentes.

QUEM É CONSIDERADO CARENTE?

  • Aqueles que tem renda familiar per capta de até um salário mínimo.Para calcular a renda faça o seguinte :
  • Veja quantos familiares residentes em sua casa recebem salário.Se a família tiver outros rendimentos que não o salário(Lucro de atividade agrícola, pensão, aposentadoria, etc...),esses devem ser computados na renda familiar.
  • Some todos os valores.
  • Divida o resultado pelo número total de familiares,mesmo os que não tem renda e moram na sua casa.
  • Se o resultado for menor ou igual a um salário mínimo,o portador de deficiência será considerado carente.

QUAIS OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA SOLICITAR O PASSE LIVRE?

  • Cópia de um dos documentos de identificação,que poderá ser um dos seguintes:
  • Certidão de Nascimento
  • Certidão de Casamento
  • Certificado de Reservista
  • Carteira de Identidade
  • Carteira de Trabalho e Previdência Social
  • Titulo de Eleitor
  • Laudo médico reconhecido pelo SUS,comprovando a deficiência ou incapacidade do interessado.
  • Requerimento com a declaração de que possui renda familiar per capta igual ou inferior a um salário mínimo nacional.

COMO SOLICITAR O PASSE LIVRE?

  • Escrevendo para o Ministério dos Transportes.Caixa Postal : 9800-70001-9070 Brasília DF,solicitando o kit do passe livre.
  • Em seguida o ministério enviará o kit com o formulário para preenchimento.
  • Uma vez preenchido o formulário deve ser enviado para o ministério de transporte.
  • A remessa do formulário ,da cópia do documento de identificação e do laudo médico para o ministério é gratuita e deve ser feita no envelope branco com o porte pago.
  • Após a análise das informações a carteira do passe livre será emitida pelo ministério dos transportes e enviada para o endereço que você indicar.

QUAIS OS TIPOS DE TRANSPORTES QUE ACEITAM O PASSE LIVRE?

Transporte coletivo interestadual convencional por ônibus,trem ou barco,incluindo o transporte interestadual semi-urbano.O passe livre do governo não vale para o transporte urbano intermunicipal dentro do mesmo estado,nem para viagem em ônibus executivo e leito.

COMO CONSEGUIR AUTORIZAÇÃO DE VIAGEM NAS EMPRESAS?

Basta apresentar a carteira do passe livre junto com a carteira de identidade nos pontos de venda de passagens até três horas antes do início de cada viagem. As empresas são obrigadas a reservar a cada viagem, dois assentos para atender as pessoas do passe livre do governo Federal.

Se as vaga já estiverem preenchidas a empresa tem obrigação de reservar sua passagem em outra data ou horário. Caso não seja atendido faça sua reclamação pelo telefone :

Ligue Grátis,informações e reclamações: 0800-61-0300

PAGANDO PELO TRATAMENTO

O tratamento para a IRCT é caro, mas a ajuda do Governo Federal paga o custo.

Alguns seguros privados ou programas estaduais também pagam.

O Governo Federal e as Secretarias Estaduais também podem pagar alguns de seus medicamentos.

POSIÇÃO NO CADASTRO TÉCNICO

Posição no Cadastro Técnico ( sua posição na fila do transplante) - www.saude.sp.gov.br

OUTRAS FONTES DE INFORMAÇÃO:

www.abto.com.br - Associação Brasileira de Transplante de Órgãos

www.transpatica.org.br - Associação Brasileira do Transplantado de Fígado e Portadores de Doenças Hepáticas

www.saude.sp.gov.br - Central de Transplantes de São Paulo

www.doacaodeorgaos.com.br - Doação de Órgãos